Iluminismo Científico



O Iluminismo Científico pode ser definido como "a Rocha da Experiência" - o Misticismo corrigido pela Ciência.
Se duas pessoas realizassem o mesmo experimento (que em verdade não seria exatamente o mesmo por questões de de tempo, local, ferramentas, etc.) elas deveriam obter o mesmo resultado. No sistema thelêmico, isso seria repetir os experimentos propostos e verificar os resultados por si próprio, ao invés de tomar o que está escrito apenas por fé.
Crowley diz em seu Livro Quatro:
Frater Perdurabo é o mais honesto dos Mestres de todas as religiões. Outros disseram: "Creiam em mim", mas ao contrário, ele disse: "Não creiam em mim". Ele não pede seguidores; ele os despreza e os rechaça. Ele quer um corpo de estudantes que confiem em si mesmos e que sigam seus próprios métodos de investigação. Se ele pode ajudar-lhes dando-lhes “conselhos” em suas dificuldades, seu trabalho foi realizado com satisfação.
É um absurdo ver aqueles que desejavam que os homens acreditassem neles. Uma língua persuasiva, uma espada eficiente ou tortura produziram esta "fé" que é contrária e destrutiva a verdadeira experiência religiosa.
Toda a vida de Frater Perdurabo está agora dedicada para que tu obtenhas esta experiência viva da verdade para pô-la em ti mesmo!

Fonte: ocultura.org.br


Mensagem aos probacionistas da A.´.A.´. que explica o MÉTODO DO iLUMINISMO CIENTÍFICO

"Creio que a ' Consecução ' é um simples, supremamente são, estado do cérebro humano. Não creio em milagres; não creio que Deus pudesse fazer com que um macaco, um clérigo ou um racionalista chegassem à consecução.
Eu estou tomando todo este trabalho com o relatório principalmente na esperança de que ele mostrará exatamente que condições físicas e mentais precedem, acompanham e seguem a ' consecução' de forma que outros possam reproduzir através dessas condições para aquele Resultado. 
Eu creio na Lei de Causa e Efeito e eu detesto a cantiga tanto dos Supersticiosos quanto dos Racionalistas."
Aleister Crowley
João São João.

Mensagem aos Probacionistas

I

1. Nós notamos na sensibilidade mundial, aflição. Em última instância é isso: nós admitimos a Existência de um Problema requerendo solução.
2. Nós aceitamos as provas de Hume, Kant, Herbert Spencer, Fuller e outras de sua teses:
A racional Faculdade da Razão Humana contém em sua essência natural, elementos de auto-contradição.
3. Seguindo isso, nós dizemos: se em qualquer questão existem dois problemas, a Validade da Vida e a Validade do Pensamento, deve-se atentar à uma consciência que transcende ambos. Chamemo- no de consciência super normal, ou, para quem deseja um nome melhor, " Experiência Espiritual".
4. Fé foi proposta como um remédio. Porém nós notamos muitas formas incompatíveis de Fé fundadas em cima da Autoridade : Os Vedas, O Corão, A Bíblia, Buda, Cristo, Joseph Smith. Para escolher um deles, devemos recorrer a razão, já mostrada ser uma falácia.
5. Há somente uma Rocha que o Cepticismo não pode abalar: a Rocha da Experiência
6. Nós, portanto, devemos nos empenhar em eliminar as condições da busca da Experiência Espiritual e seus dogmáticos, teológicos, acidentais, climáticos e outros elementos supérfluos.
7. Nós exigimos a utilização de um estrito método científico. A mente do buscador deve estar aberta, toda preguiça e outras fontes de erro devem ser avaliadas como tal e extirpadas.
8. Nós, portanto, devemos empregar um Sincrético-Eclético-Método, combinando o essencial de todos os sistemas, descartando todos os seus obstáculos para solucionar o Problema através de experimentos corretos e não por suposições.
9. Para cada pupilo nós recomendamos um método diferente ( em detalhes) ajustado suas necessidades, como um médico prescreve o remédio apropriado à cada paciente.
10. Nós incentivamos a creditar que a Consumação da Experiência Espiritual é refletida nas esferas da intelectualidade e das ações como Gênios então, pensando nisso, podemos pegar uma pessoa comum e através do treinamento, produzir um mestre. Tais suposições requerem provas: nós esperamos suprir tais provas pela produção de Gênios.

II

1. Não há esperança na vida física, uma vez que a morte do indivíduo, da raça, e em última instância do planeta, tudo encerra .
2. Não há esperança na razão, uma vez que ela é uma contradição em si mesma e em alguns casos , não mais do que uma reflexão sobre os fatos da vida física.
3. O que espera ser feito na Investigação dos fatos físicos da Natureza em linhas Científicas já está sendo feito por um poderoso e bem organizado corpo de homens de perfeita probidade e alta capacidade.
4. Não há esperança na Fé, pois existem muitas antagônicas, todas igualmente positivas.
5. Os adeptos da Experiência Espiritual prometem-nos maravilhas, a Percepção da Verdade e a Conquista da Sabedoria e há unidade suficiente em seus métodos para fazer um Sistema Ecléticamente possível.
6. Nós somos determinados a investigar essa questão mais profundamente em linhas Científicas.

III

1. Nos somos Místicos, sempre ansiosamente procurando uma solução para fatos desagradáveis.
2. Nos somos Homens da Ciência, sempre ansiosamente conquistando fatos pertinentes.
3. Nos somos Cépticos, sempre ansiosamente examinando tais fatos.
4. Nos somos Filósofos, sempre ansiosamente classificando e coordenando aqueles fatos muito criticados.
5. Nos somos Edonistas, sempre ansiosamente aproveitando a unificação destes fatos.
6. Nos somos Filantropos, sempre ansiosamente transmitindo nosso conhecimento desses fatos aos outros.
7. Além disso, nos somos Sincretistas, tomando a verdade de todos os sistemas, antigos, modernos e Ecléticos, implacavelmente descartando fatores não essenciais em qualquer um, ora perfeito. 

IV

1. Fé, Vida, Filosofia falharam.
2. Ciência já está estabelecida
3. Misticismo, sendo baseado em experiência pura, é sempre uma força vital; porém devido a observação especializada, tem sido mostrado como uma massa de erros. Experiência Espiritual, interpretada nos termos do Intelecto, torna-se distorcida; como um alvorecer mostra o jardim verdejante e o mar azul. Ambos estavam invisíveis até o amanhecer; ainda que a diversidade de cores não esteja no sol, mas nos objetos em que a luz recai, e suas contradições não provam o sol ser uma ilusão.
4. Nós corrigiremos o Misticismo ( ou Iluminismo) pela Ciência, e explicaremos Ciência pelo Iluminismo.

V

1. Nós temos um método, que é a Ciência.

2. Nós temos um objetivo, que é o da Religião.

VI

Uma vez, um morador de uma terra chamada Utopia queixou-se à Companhia de Água, afirmando que ela estava impura.
"Não", respondeu o Homem da Companhia, " ela não pode estar impura, pois nós a filtramos".
"Oh, certamente" replicou o Morador, " mas minha esposa morreu ao bebe-la".

"Não" , disse o Funcionário, " eu asseguro a você que a água vem da mais pura fonte em Utopia; além disso, esta água , uma vez impura, não pode prejudicar ninguém; eu tenho um certificado de pureza da própria Companhia de Água" .
"Essas pessoas pagam você!" zombou o Morador. " A despeito de suas argumentações, Haeckel provou que toda água é venenosa, e eu acho que você pega a sua água de uma vala negra .
Porque, olhe para ela!"
" Tão bela e clara " disse o Funcionário. " Limpa como cristal. Vale um guinéu a gota.
"É isso o que você cobra!" Retrucou o Morador. " Ela parece muito limpa, eu admito, no entardecer. Porém, não é essa a questão. Um veneno não necessariamente precisa estar numa água estragada."
"Mas..." respondeu o outro, " ...um dos diretores é um profeta e ele previu - muito claramente - que a água estaria pura este ano. E além disso, o fundador era um homem santo, que realizou um milagre para faze-la pura para sempre!".
"Sua evidência está tão corrompida quanto sua água", replicou o homem.
Então, resolveram ir a um Juiz.
O Juiz ouviu o caso cuidadosamente. " Meus queridos amigos" disse ele, "nenhum de vocês possui uma evidência em que se apoiar; para tudo que disseram, não existe qualquer grão de prova - O caso está encerrado".
O Homem da Companhia de Água rejubilou-se quando, uma tímida voz ressoou da Corte:
"Eu poderia respeitosamente sugerir, Vossa Excelência, que a água em questão seja examinada pelo meu Microscópio?"
"O que raios é um Microscópio?" perguntaram os três em uníssono?
"Um instrumento, Vossa Excelência, que eu construi com base nos princípios da ótica, para demonstrar pela experiência que esses cavaleiros estão discutindo.
Então ambos o atacaram.
"Besteira anti-científica" - disse o Homem da Companhia, pela primeira vez falando respeitosamente da ciência.
"Blasfêmia Sem Sentido" - disse o Morador, pela primeira vez respeitosamente da religião.
"Vamos esperar e observar", disse o Juiz, pois ele era um justo Juiz.
Então o Homem do Microscópio explicou o uso de seu novo e estranho instrumento. E o Juiz pacientemente investigou todas as possíveis fontes de erro e concluiu que o instrumento era capaz de solucionar o problema. E ele pronunciou a decisão mais justa.
Porém os outros estavam cegos pela paixão e interesses próprios. Eles
Mas o Juiz indicou o Homem do Microscópio para o cargo de Analista do Governo por doze mil libras ao ano.
Agora o Homem da Companhia é um crente e o Morador o descrente. O Juiz é o agnóstico - no sentido da palavra dada por Huxley - e o Homem do Microscópio é o Iluminista Científico.


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